terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Dia 14 de Fevereiro dia dos Namorados


Ontem comemorou - se mais um dia dos namorados e claro O Forense não se esqueceu de si e da sua cara metade.


Aqui fica o texto escrito pela nossa amiga e Conterrânea Mónica Teixeira Vale de Gato que fala sobre a historia de um amor de dois jovens, deserteza que vão gostar !




Gestos




Estava um dia de sol. O céu azul, contrastava com os prados verdejantes e os malmequeres dançavam ao sabor da agradável aragem que se fazia sentir. A temperatura estava amena, e o calor aquecia e reconfortava qualquer um que por ali passa-se. Uma das pessoas que por ali passou…ficou. Deitada de barriga para cima, com uma mão debaixo da cabeça e outra naturalmente fechada por cima da testa, virada para o céu. Ali estava ela, completamente rendida às simplicidades de uma vida. E embalada pela voz da natureza, fecha os olhos, inspirando calmamente, concentrando-se no barulho do vento, dos pássaros…e no cheiro a primavera que emanava aquele momento.
Alexandra, passava muitas vezes ali a tarde sozinha mas hoje isso não ia acontecer. A poucos metros dela, deambulava um rapaz, que parecia meio curioso e reticente ao vê-la ali deitada. Primeiro assustou-se, pensou que estaria alguém morto. Mas ao aproximar-se percebeu que ela estava bem viva. - Tal era a vontade de Alexandra inspirar os cheiros da natureza e de se sentir viva, que era impossível não reparar no peito que se ia enchendo de ar. – O rapaz, mais aliviado, descontrai e pára junto a ela, tapando-lhe o sol sem querer. Nisto, a rapariga abre os olhos de repente, virando a cabeça na sua direcção. E imediatamente o rapaz diz:
- Desculpa! Não te queria assustar. Vi-te deitada na relva e fiquei preocupado. Pensei que precisarias de ajuda.
Alexandra olha para ele e sorri. Voltando a fechar os olhos. Ele fica meio confuso, mete as mãos nos bolsos, e fica a olhar para ela, dando pequenos passos em todas as direcções. Não sabia o que seria suposto dizer ou fazer…talvez ir embora.
- Bem…já que está tudo bem contigo, vou deixar-te em paz.
Ele espera mais uns segundos antes de lhe virar as costas e nisto ela abre os olhos e com um olhar caloroso e desconcertante olha-o nos olhos. Seguiram-se segundos, e segundos em que os olhos de Alexandra não se moveram dos dele. O rapaz meio nervoso queria perguntar se ela queria alguma coisa, ou porquê que ela estaria a olhar para ele, mas não conseguiu. Ganhou coragem, fechou os olhos e virou as costas à rapariga.
Alexandra sorriu e voltou a concentrar-se na melodia da natureza.
No dia seguinte, Alexandra, como de costume, estava de novo deitada sobre a relva verdejante do prado, quando o rapaz volta a aparecer, e sem dizer uma única palavra, pára junto dela, olhando-a fixamente. Ela esboça um enorme sorriso de surpresa e estica a mão na sua direcção e de seguida deixa-a cair sobre o pedaço de terra a seu lado. Fazendo deslizar os seus dedos pela relva fresca. Ele sorri e deita-se a seu lado. Olham um para o outro sorrindo timidamente, e depois concentram-se ambos no céu azul por cima deles. Sem trocarem uma única palavra.
Os dias foram passando e os dois continuavam a ver-se todas as tardes no prado, contudo o rapaz ainda nunca a tinha ouvido falar. E farto de falar sozinho, pergunta:
- Porque não falas comigo?
Alexandra olha para ele, e aponta para si mesma, de seguida diz que “não” com o indicador e depois faz uma espécie de boca de pato, que abre e fecha, com a mão.
O rapaz perplexo diz:
- “Eu não Falo”?
E Alexandra acena com a cabeça para cima e para baixo, lentamente. Receosa da sua atitude. O rapaz fica perplexo e fica sem dizer nada, durante alguns minutos. E do rosto dela cai uma lágrima… Nisto, o rapaz levanta-se e estende-lhe a mão. Alexandra confusa pega na mão dele, levantando-se com a sua ajuda e ele abraça-a. Abraça-a com toda a força que tinha e diz-lhe ao ouvido:
- Desculpa se te magoei. Não me importo que não possas falar. Não quero saber. Apercebi-me que dizes-me mais por pequenos gestos do que poderias dizer por palavras. E espero que este meu abraço te diga aquilo que te tornaste para mim.
Alexandra, aninhada nos seus braços, fecha os olhos e inspira o perfume que emana o pescoço do rapaz. De seguida, solta-se dele e beija-o.
O sol despedia-se do prado, e os dois deitados sobre a relva, unidos pelo entrelaçar dos seus dedos, olhavam o céu…

O amor é complicado.
Dá-nos e tira-nos o chão.
Trás sorrisos mas também lágrimas.
Os melhores dias da nossa vida e os piores.
E apesar disto tudo…
E de desacreditarmos nele muitas das vezes,
Continuamos a arriscar,
Mesmo sabendo que nem sempre, tudo é cor de rosa.
Porquê?
Não sei.
Apenas sei que o amor não é olharem um para o outro,
Mas sim,
na mesma direcção.
Amor não são palavras,
São gestos.



Leiam mais historias em :



http://deinconstantenatureza.blogspot.com/2011/02/gestos.html


Um blogue que O Forense aconselha vivamente


Espero que tenham passado um feliz dia dos namorados ; mas claro o dia dos Namorados é quando nós quisermos !!!!


Fonte do texto : http://deinconstantenatureza.blogspot.com/2011/02/gestos.html




Um comentário:

ValedeGato disse...

Obrigado por postarem o meu texto. Espero vivamente que todos os forences gostem :)